Viajar para a região das Dolomitas, na Itália, é entrar em um mundo mágico, onde paisagens deslumbrantes de montanhas, vales, lagos e vilarejos pitorescos se revelam a cada curva.
Eu não fazia ideia de quão lindo era esse lugar e, para ser sincera, não havia criado grandes expectativas. Ainda não tinha pesquisado muito sobre o que fazer ou quais eram os principais pontos turísticos, embora já tivesse ouvido inúmeros elogios, especialmente de quem aprecia atividades ao ar livre. Sabia que as Dolomitas eram bonitas, mas que pareciam saídas de um conto de fadas? Ah, isso eu não sabia.
Ao pesquisar sobre a região, é comum encontrar referências às províncias que abrigam essa cordilheira: Belluno, Bolzano, Udine, Trento e Pordenone. Entre as cidades mais famosas, especialmente entre os brasileiros, destacam-se Cortina d’Ampezzo e Bolzano, que costumam servir como base para explorar os diversos passeios e trilhas da região.
Nós optamos por nos hospedar em vilarejos menos conhecidos do que Cortina, por exemplo, e, na minha opinião, a experiência foi ainda mais encantadora. Falarei mais sobre eles ao longo deste post. Além disso, compartilharei nosso roteiro de outono e os lugares que visitamos para inspirar a sua viagem.
No nosso trajeto, passamos pelo Lago di Braies (Pragser Wildsee), pernoitamos em Schulerbach, seguimos para Cortina d’Ampezzo, atravessamos o Passo Falzarego, visitamos Soraga di Fassa, Moena e o Lago di Carezza (Karersee), conforme indicado no mapa abaixo.
O que são as Dolomitas
As Dolomitas formam uma deslumbrante cadeia montanhosa no norte da Itália, estendendo-se até a fronteira com a Áustria e a Suíça. Conhecida por suas paisagens dramáticas, picos imponentes e vales encantadores, essa região oferece um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza e das atividades ao ar livre. Para explorar tudo o que as Dolomitas têm a oferecer, é essencial reservar vários dias, especialmente se você aprecia hiking ou gosta de percorrer trilhas panorâmicas.
O nome “Dolomitas” vem do geólogo francês Déodat de Dolomieu, que descreveu essas formações rochosas como “montanhas pálidas” (monti pallidi), devido à sua coloração esbranquiçada. No entanto, quando banhadas pela luz do amanhecer ou do entardecer, suas rochas se tingem de tons rosas avermelhados, criando um espetáculo único.
As Dolomitas são divididas em diversos grupos. No Trentino, por exemplo, encontram-se as Dolomitas de Brenta, a cadeia Lagorai, partes do Grupo Sella e a majestosa Marmolada, que é o maciço mais alto, conhecido também como “Regina delle Dolomiti” (Rainha das Dolomitas) com altitude de 3.343 m.

Melhor época para ir
Viajamos para as Dolomitas no início do outono, esperando encontrar um clima ameno, e estávamos empolgados com a jornada. No entanto, no meio do caminho, começou a chover, o que atrasou nossa chegada. Quando finalmente chegamos, a chuva se intensificou e o frio já anunciava a chegada da neve.
Nosso primeiro destino era o Lago di Braies, no Tirol do Sul, a cerca de 130 km de Innsbruck. Infelizmente, não conseguimos apreciá-lo como nas centenas de fotos e relatos que exaltam sua beleza. Com a neve, o acesso ficou escorregadio e só conseguimos admirar o lago de longe, prometendo a nós mesmos que voltaríamos no verão.
Para quem deseja aproveitar os esportes de inverno, a melhor época vai de novembro até meados de março. A neve, no entanto, já pode começar a cair em outubro, transformando o cenário em um verdadeiro filme de Natal: os picos ficam cobertos de branco, as árvores se transformam com os floquinhos de neve e os lagos azul-esverdeados vão se congelando aos poucos.
Por outro lado, se a sua intenção é fazer trilhas e ter as melhores imagens das montanhas e lagos, o ideal é visitar a região no verão, ou um pouco antes dele começar, entre maio e setembro.
É importante saber que muitos restaurantes, lojas e serviços de aluguel para atividades esportivas fecham após a temporada de inverno e só reabrem para a temporada de verão. Há também uma pausa em outubro e parte de novembro. As datas variam de lugar para lugar, então vale a pena conferir os calendários locais para se orientar na escolha da data da sua viagem.
Onde ficar hospedado
Nos roteiros mais tradicionais — ou populares — Cortina d’Ampezzo quase sempre aparece como uma das primeiras opções de hospedagem. E com razão: a cidade é linda, bem localizada e cercada por paisagens impressionantes. É uma ótima base para quem quer explorar o lado oriental das Dolomitas, com fácil acesso a lugares como Cinque Torri, Lago di Sorapis e Lago di Braies.
Já para quem pretende explorar o lado ocidental das Dolomitas, a cidade mais famosa é Ortisei. Ela serve de ponto estratégico para conhecer destinos como Alpe di Siusi, Val di Funes e Lago di Carezza.
No nosso caso, optamos por visitar o Lago di Braies (no lado oriental) e também o Lago di Carezza (mais a oeste), mas decidimos não nos hospedar em Cortina. Apesar de ser realmente especial, os preços dos hotéis estavam bem mais altos do que em outras localidades próximas.
Acabamos escolhendo Schluderbach, onde nos hospedamos no Villaggio Turistico Ploner. No entanto, confesso que a experiência não foi das melhores. Era um dia de muita chuva e fomos acomodados em uma ala mais antiga do hotel, separada do prédio principal — o que significava tomar chuva toda vez que íamos e voltávamos. A fachada, por outro lado, era charmosa, com características de uma construção histórica que, provavelmente, em breve passará por reforma.
Schluderbach fica a apenas 18 km de Cortina d’Ampezzo, e o vilarejo oferece outras opções de hospedagem que podem valer mais a pena, dependendo do seu estilo de viagem.
Depois de conhecer Cortina, seguimos viagem em direção ao Vale di Fassa, já rumo ao Lago di Carezza, que conheceríamos no penúltimo dia da nossa viagem, e nos hospedamos em um vilarejo super tranquilo e acolhedor chamado Soraga.