O que fazer em Palermo – 5 dias

Impressões sobre Palermo

Palermo vista do alto do Monastério Santa Caterina

Palermo é a capital e maior cidade da Sicília, localizada na costa norte da ilha, que é a maior do Mar Mediterrâneo. Fica a apenas 3 km da “ponta da bota” da Itália, com uma população de mais de 600 mil habitantes. E foi o nosso destino de viagem.

Mas afinal, por que escolhemos passar o Réveillon em Palermo? Apesar de ser uma cidade praiana, ela está fora da rota dos Réveillons mais badalados da Europa. Conto para vocês  que Palermo, ou a Sicília, nem estava nos meus planos de viagem. Porém,  sempre buscamos destinos diferentes e com tarifas atrativas para chegar lá. Não precisa ter uma festa de fogos e shows perfeita – aprendemos que, quanto melhor o evento, mais lotado vai estar hahaha.

Assim, conseguimos boas opções com a Ryanair, que oferece voos relativamente acessíveis saindo de Memmingen, a uma hora da nossa casa. Digo “relativamente bons” porque a maioria dos voos sai às 6h da manhã, e isso nos obriga a madrugar para não perder o voo. Mas enfim, nesse voo madrugador, embarcamos para Palermo com o objetivo de passar o final de ano numa cidade que não fosse tão fria e onde pudéssemos nos divertir longe de casa. Deu super certo! A média de temperatura ficou em torno dos 15 graus Celsius e, para a nossa sorte, não choveu nenhum dos 6 dias que passamos lá.

E o que dizer dessa cidade caótica, mas cheia de história para contar? A dica que eu dou é: vá preparado para conhecer Palermo sob o olhar de alguém que aprecia história e valoriza o legado histórico e cultural de uma cidade. Preste atenção nas centenas de construções milenares que ainda estão lá – algumas clamando por uma restauração, mas que, mesmo assim, compõem majestosamente o cenário da capital siciliana.

Outra coisa que me chamou a atenção lá foi o varal de roupas penduradas nas sacadas. Algo aleatório, mas que revela os hábitos e costumes locais.  Até o cheiro do amaciante eu já sentia de longe, e parecia sempre o mesmo. Se a pessoa mora no térreo, o varal vai pra calçada – que já é bem estreita –, obrigando os pedestres a desviar  enquanto as roupas tomam seu banho de sol matinal, lado a lado com gatos, cachorros e os carros estacionados.

Ah, e um cuidado extra: ao caminhar por bairros um pouco mais afastados do centro, fique atento às portas e janelas das casas que ficam praticamente na calçada. Se alguém abrir uma janela de repente, pode acabar esbarrando na sua cabeça, que estará distraída admirando as peculiaridades do lugar. Não é reclamação, é só uma observação, porque achei isso super curioso!

Agora, uma dica importante: ignore o lixo espalhado pelas ruas, o cheiro desagradável em algumas praças e becos, e o caos do trânsito e aproveite sua viagem! Palermo pode te surpreender.

Quando visitar Palermo

Escolher o melhor período para viajar a Palermo depende do que você espera e do seu orçamento. A alta temporada é no verão, especialmente em julho e agosto, quando as temperaturas passam dos 30°C. É nessa época que Palermo recebe mais de um milhão de turistas, então prepare-se para filas nas praias e nos monumentos mais famosos. Por outro lado, o verão traz dias longos, ensolarados e bem quentes.

Se for em julho, você ainda pode aproveitar a maior festa popular da cidade, o famoso “Festino di Santa Rosalia”. Os moradores de Palermo homenageiam Santa Rosalia, que, segundo a tradição, foi a única que conseguiu salvar a cidade de uma terrível peste em 1624. É um evento gigantesco e, segundo a guia do “walking tour”, vale muito a pena! As procissões e festas em honra à santa duram cinco dias, de 10 a 15 de julho. Na noite de 14 de julho, acontece um momento especial: as pessoas seguem um carro decorado em formato de barco que vai em direção ao mar. Quando ele chega lá, começa um show incrível de fogos de artifício, algo parecido com o réveillon de Copacabana!

No outono e no inverno, as temperaturas são mais tranquilas, raramente abaixo dos 10°C. Mas fique atento aos ventos, que podem ser bem fortes, especialmente em janeiro. Apesar do friozinho, mesmo quando as temperaturas durante o dia estão mais amenas, as noites costumam ser bem frias – um casaco extra é indispensável.

Nessa época, dizem que a cidade fica menos cheia de turistas. Eu não fui no verão para comparar, mas quando estive lá no fim do ano, o centro de Palermo estava bastante movimentado, especialmente na via Maqueda. Por lá, dá para encontrar ótimos restaurantes e um bom agito noturno!

Palermo Marina Yachting, tudo novinho!

Como chegar ao centro do aeroporto

A maneira mais econômica de sair do aeroporto em direção ao centro histórico de Palermo – onde estão grande parte dos hotéis e hospedagens particulares – é de trem. A plataforma de embarque fica anexa ao aeroporto e está muito bem sinalizada, logo na saída do desembarque já haverão placas. Os bilhetes podem ser comprados online no site trenitalia.com por €4,00 por adulto (preço de dezembro de 2024). Se preferir comprar o bilhete físico, há um totem disponível logo após a descida da escada rolante.

Vale lembrar que os trens não são muito frequentes, com intervalos de pelo menos uma hora entre eles. Enquanto espera, você pode aproveitar para tomar um café no aeroporto. Na lanchonete há várias opções de assados e frituras a preços razoáveis.

A viagem de trem até o centro levou cerca de uma hora devido às várias paradas. No entanto, na volta, foi mais rápido, durando apenas 30 minutos, com apenas duas paradas no caminho.

Outra opção para chegar ao centro é reservar um transfer de ônibus, que também vai até a Estação Central de Palermo (a mesma onde o trem para). O custo é de €6,00 por trecho e por adulto. A reserva pode ser feita pelo site getyourguide.com. O ponto do ônibus fica a menos de 100 metros à direita da saída do terminal de chegadas.

Além disso, existe a opção de transporte privado por aplicativos. No entanto, achei essa alternativa bastante cara e, para o nosso pequeno grupo, não compensou.

Locomoção em Palermo

Em Palermo, o carro é completamente dispensável. O trânsito da cidade é caótico, as faixas de pedestres são mais decorativas do que funcionais, e as buzinas são praticamente uma trilha sonora constante.

Se quiser explorar outras cidades próximas, como Cefalù (com sua charmosa praia) ou a Catedral de Monreale, o trem é uma alternativa prática e acessível.

Agora, se o objetivo for desbravar o interior da Sicília, visitar as praias paradisíacas ou descobrir vilarejos pitorescos, alugar um carro é a melhor opção. Ele oferece flexibilidade nos horários e permite paradas espontâneas, tornando a experiência ainda mais enriquecedora.

Réveillon em Palermo

Se você está procurando um destino para passar o Réveillon, vou compartilhar como foi a nossa experiência na capital da Sicília.

Como Palermo tem uma pequena orla, imaginavámos que pudesse haver um show de fogos à beira-mar na virada do ano. Ledo engano! Não aconteceu nada no mar, e os fogos foram concentrados do lado oposto, espalhados pela cidade. Pelo que percebemos, a maioria foi organizada por particulares.

Mesmo assim, decidimos ir para a orla, na região do porto, em frente ao Restaurante A’Cala. O restaurante estava fechado, mas as cadeiras ficaram do lado de fora, e nós não hesitamos em aproveitá-las para acomodar nossos champanhes.

Dali, tivemos uma vista panorâmica da cidade, onde fogos de artifício surgiam de todos os cantos. Eu, particularmente, adorei a experiência. Foi como assistir a um show de fogos, mas de longe, sem multidões, sem empurra-empurra e com muita tranquilidade. Parecia um espetáculo particular – afinal, só estávamos nós por ali, hahaha. Brindamos, nos abraçamos, tiramos algumas fotos e depois voltamos para o apartamento, onde curtimos uma animada noite de jogos.

Palermo, no entanto, também teve uma festa de Réveillon mais tradicional e grandiosa. A Piazza Politeama foi o palco principal, com atrações de renome, como Biagio Antonacci. A Câmara Municipal, que organizou o evento, esperava reunir cerca de 10 mil pessoas.

Quanto à ceia de Réveillon, vários restaurantes em Palermo ofereciam menus especiais, mas os preços estavam em torno de €110 por pessoa, em média.Optamos por jantar no apartamento que reservamos para a nossa estadia.

O que visitar em Palermo

Palermo é uma cidade que exala história, com monumentos que foram construídos e remodelados ao longo de mais de 2.000 anos. A cada esquina, parece que há algo novo para descobrir, mas visitar todos os seus museus, igrejas e prédios históricos é praticamente impossível, mesmo que você tenha muitos dias disponíveis. Com tantas opções, é fácil se sentir perdido – como eu me senti! A vontade de conhecer tudo era grande, mas algumas coisas terão que ficar para uma próxima visita.

Como sugestão pessoal, recomendo começar a sua exploração com um city tour, que oferece uma excelente introdução à cidade. Um tour privado é a melhor escolha, embora tenha um custo mais alto. Por isso, optamos pelos free walking tours. Apesar do nome “gratuito”, é esperado que cada participante contribua com uma gorjeta no final.

Existem diferentes tipos de city tours em Palermo:

  • O tour tradicional, que abrange os principais pontos históricos da cidade.
  • O tour alternativo, que explora a história da máfia italiana.

Ambos têm duração de pouco mais de duas horas e são ótimas opções para se orientar e aprender sobre a cidade.

A seguir, compartilho os lugares que visitei e que recomendo para quem busca uma viagem mais tranquila, sem correrias.

Igreja Basílica de San Domenico

Esta impressionante igreja barroca começou a ser construída em 1640, sobre uma igreja renascentista pré-existente. Em 1853, San Domenico tornou-se o Panteão dos Ilustres da Sicília, abrigando os túmulos de figuras importantes da região.

A igreja é uma das paradas do tour sobre a máfia, pois nela está o túmulo do magistrado italiano Giovanni Falcone, assassinado em 1992 junto com sua esposa e membros do governo. A morte de Falcone teve grande repercussão política, pois ele estava liderando importantes investigações para combater a máfia, culminando na emboscada que tirou sua vida. Para quem já ouviu falar na Cosa Nostra – outro nome da máfia siciliana – ou viu filmes de mafiosos, a Sicília é o lugar perfeito para entender mais sobre esse tema histórico.

Teatro Massimo

O Teatro Massimo é um dos orgulhos de Palermo. Maior teatro de ópera da Itália e o terceiro maior da Europa (atrás da Ópera de Paris e da Ópera Estatal de Viena), ele é uma obra-prima da arquitetura neoclássica, com um interior ricamente decorado em estilo modernista.

Localizado entre a cidade antiga e a nova, o teatro é um símbolo de elegância e sofisticação. É possível fazer visitas guiadas pelo interior, que podem ser agendadas pelo site www.teatromassimo.it. Se tiver tempo, assistir a um concerto ou ópera neste ambiente grandioso será uma experiência inesquecível.

Catedral de Palermo

A imponente Catedral de Palermo impressiona à primeira vista por sua grandiosidade e pela mistura de estilos arquitetônicos que refletem as diferentes culturas que dominaram a cidade ao longo dos séculos. Originalmente uma igreja católica, a catedral foi convertida em mesquita no século IX, durante o domínio árabe. No século XII, sob o comando dos normandos, a catedral começou a ganhar sua forma atual.

Externamente, detalhes como os ladrilhos escuros pintados na parte traseira são um exemplo do encontro de civilizações que marcaram a história da Sicília. Cada elemento do edifício conta uma parte dessa rica narrativa cultural.

No interior, mais sóbrio, você encontrará os túmulos de figuras importantes, incluindo o de Rogério II, o primeiro rei normando da Sicília, além de outros membros da realeza.

Para quem busca vistas panorâmicas, subir ao topo da catedral é imperdível. A partir de lá, você terá uma visão espetacular de Palermo, das montanhas ao redor e do mar. Este é apenas um dos locais da cidade que oferecem vista panorâmica, abaixo falarei do Monastério Santa Caterina, que também tem terraço para subir.

Monastério de Santa Caterina d’Alessandria

O Mosteiro de Santa Caterina d’Alessandria está localizado no coração do centro histórico de Palermo, a poucos passos da Piazza Pretoria. Uma visita a este local é uma oportunidade para explorar a riqueza cultural e espiritual da Sicília.

De 1311 a 2014, o mosteiro foi o lar de freiras de clausura da Ordem Dominicana. Desde 2017, tanto o mosteiro quanto a igreja foram transformados em museu e abertos ao público, permitindo que visitantes explorem esse fascinante espaço repleto de história e tradição.

Os claustros são simples, com plantas ornamentais, chão de ladrilhos e uma atmosfera de tranquilidade marcada pelo passar do tempo. Este era o local de meditação para as freiras, que passavam a maior parte de suas vidas em oração e reclusão. Importante: fotografar nos claustros não é permitido.

Após explorar os claustros, você pode subir ao terraço e desfrutar de uma vista deslumbrante da cidade. De lá, é possível admirar os edifícios históricos de Palermo, o porto e o fascinante contraste com o azul do mar. Recomendo!

E não saia de lá sem passar na confeitaria do mosteiro, uma verdadeira jóia. Ali, você pode provar delícias como biscoitos recheados, pastéis de amêndoa e a famosa cassata, tudo feito com as receitas originais das antigas freiras. O projeto “I Segreti del Chiostro” busca preservar a tradição dos doces conventuais sicilianos, que eram segredos guardados a sete chaves pelas freiras. Hoje, eles são feitos com ingredientes locais e muito orgulho – tanto que sempre tem fila no local!

O ingresso para visitar o monastério, a igreja e o terraço custa €10 por adulto (base de dezembro/2024). Mais informações no site: www.monasterosantacaterina.com.

Jardim interno do monastério
Doces da confeitaria I Segreti del Chiostro

Quattro Canti e Rua Maqueda

O Quattro Canti é o cruzamento mais emblemático da cidade. Ele fica no ponto central da cidade, onde as ruas Maqueda e Vittorio Emanuele se encontram, dividindo Palermo em quatro setores simétricos.

Construído entre 1608 e 1621, a mando do vice-rei espanhol Marquês de Vilhena, o espaço impressiona pela sua arquitetura. Cada um dos cantos tem detalhes em pedra Billiemi e estátuas organizadas em três níveis: na base, as estações do ano; no meio, quatro reis espanhóis (antes de bronze, agora em mármore de Carrara); e no topo, as antigas padroeiras de Palermo – Santa Olivia, Santa Cristina, Santa Ágata e Santa Ninfa.

Além do valor histórico, o Quattro Canti é supermovimentado e costuma ser palco de artistas de rua e  músicos de estilos variados. É também o ponto de partida da Rua Maqueda, que eu considero o verdadeiro coração de Palermo. Lá você encontra de tudo: restaurantes italianos, asiáticos e mediterrâneos, as tradicionais friggitorias (fritadeiras) para comer arancina, panelle e crocchè, além de inúmeras lojinhas de souvenirs. Um passeio por essa rua é essencial para sentir o agito e a vibe palermitana!

A foto perfeita do Quattro Canti: só com a câmera no chão se consegue essa foto.

Piazza della Vergogna

Bem pertinho do Quattro Canti, você encontra a Piazza Pretoria, mais conhecida pelos palermitanos como Piazza della Vergogna (Praça da Vergonha). O apelido vem tanto pela nudez das estátuas quanto pelo fato de o lugar simbolizar o município corrupto da época.

No centro da praça está a imponente Fonte Pretoria, uma obra criada por Francesco Camilliani em 1554, com a colaboração de Michelangelo Naccherino. Originalmente, ela ficava no jardim do Palazzo di San Clemente, em Florença, e foi encomendada por Don Pedro de Toledo. Após sua morte, o filho vendeu a fonte ao Senado de Palermo, que a trouxe para a cidade em 1573.

A fonte chegou desmontada em 644 peças, e várias casas precisaram ser demolidas para montá-la na praça. O projeto não saiu barato, o que reforçou a polêmica da época. Hoje, a fonte, com suas bacias e esculturas exuberantes, é o destaque da praça e um ponto turístico imperdível para quem visita Palermo.

Igreja de Santa Maria dell’Ammiraglio

Essa é uma daquelas igrejas que você talvez visite porque alguém recomendou ou, quem sabe, porque entrou por acaso. No nosso caso, foi a última parada do walking tour, quando a guia nos apresentou esse verdadeiro tesouro escondido.

De fora, a igreja é simples, discreta e não chama muita atenção. Mas ao entrar, você é surpreendido pela beleza e história que reflete a rica mistura cultural da Sicília.

A Santa Maria dell’Ammiraglio ou Martorana, como também é conhecida,  é um exemplo perfeito da fusão de estilos que caracteriza a ilha, combinando mosaicos bizantinos, afrescos barrocos e influências árabes-normandas. Os mosaicos, com seus tons dourados e detalhes impecáveis, remetem ao mesmo estilo encontrado na Capela Palatina, na Catedral de Monreale e na Catedral de Cefalù. Afinal, todas essas construções fazem parte do mesmo período histórico (século XII), quando a Sicília estava sob o domínio dos normandos.

A igreja faz parte da Rota Normando-Árabe de Palermo e das catedrais de Cefalù e Monreale, reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO.

 

Museu da Santa Inquisição

Se você gosta de história e está preparado para cenas impactantes, como as de uma prisão antiga, o Museu da Santa Inquisição é um lugar que vale a visita. Ele está localizado na antiga prisão “Penitenziati”, ao lado do Palazzo Chiaramonte, e retrata um capítulo sombrio da história de Palermo.

A história por trás do museu é trágica. Muitos dos presos eram inocentes, vítimas de fofocas, rivalidades comerciais ou até acusações falsas de vizinhos invejosos. Bastava uma denúncia para que fossem encarcerados e submetidos às condições precárias dessa prisão.

Com pedaços de carvão, sangue ou até fezes misturadas à terra, os prisioneiros deixavam os seus registros nas paredes das celas, ora fazendo desenhos, ora escrevendo orações ou poemas. Era o retrato das condições desumanas em que viviam.

O museu foi originalmente construído entre 1603 e 1605. Ao todo, havia 8 celas no térreo e 6 no primeiro andar.

Quando o Santo Ofício foi abolido em 1782, o vice-rei Caracciolo ordenou que todos os instrumentos de tortura e documentos fossem destruídos. No século XIX, os desenhos deixados pelos presos nas paredes foram cobertos com gesso, quando o prédio passou a ser usado como Tribunal Criminal e arquivo.

A redescoberta das marcas começou em 1906, quando o famoso antropólogo Giuseppe Pitrè encontrou desenhos em três celas. Em 2005, obras de restauração revelaram ainda mais: 10 celas cobertas por esses registros feitos pelos presos, agora preservadas para contar essa história sombria e impactante.

Foro Italico

Se você quer um passeio tranquilo, longe da agitação do centro histórico, o Foro Italico é o lugar ideal. A orla de Palermo, perfeita para uma caminhada à beira-mar, oferece a chance de curtir a brisa fresca e apreciar a vista, e quem sabe até avistar um navio de cruzeiro ancorado no porto.

O Foro Italico é uma grande área verde revitalizada no final dos anos 1990, após ter sido devastada durante a Segunda Guerra Mundial. Ele se estende da Cala até a Villa Giulia, no bairro Kalsa, e é hoje um dos espaços mais agradáveis para relaxar na cidade.

Com uma longa história de transformações urbanas, a orla foi originalmente projetada em 1582 pelo vice-rei Marco Antonio Colonna. Em 1734, passou por uma expansão e foi embelezada, tornando-se um dos destinos favoritos dos moradores de Palermo para lazer e encontros.

Entre os destaques do local estão os “sofás-bancos,” dispostos como se fossem uma sala de estar com vista para o mar, e as esculturas decorativas ao longo do caminho principal. Esses elementos incluem cabeços marítimos com máscaras e adornos coloridos ou dourados.

Caminhando mais um pouco em direção ao porto, você encontrará um parquinho infantil – um ótimo lugar para as crianças gastarem energia enquanto se divertem em balanços, escorregadores ou na mini parede de escalada. Um programa leve e relaxante antes do almoço!

Primeira passeada pelo Corso Italiano
Área verde

Mercados ao Ar Livre

Outra programação imperdível em Palermo é passear pelos mercados ao ar livre, onde você pode comprar produtos locais, como massas, molhos artesanais e artesanato. Além disso, se você tem a opção de cozinhar no seu hotel ou apartamento, há uma variedade enorme de frutas, verduras e peixes fresquinhos – e, falando em peixes, tem bastante deles! Para quem gosta de experimentar street food, não deixe de provar as famosas arancine, panelle e Pani Ca Meusa.

Vou deixar a dica de dois mercados aqui:

Vucciria
O Vucciria é um dos mercados mais históricos de Palermo, e já vale uma visita só para sentir seu clima único. Ao caminhar pelas ruas do mercado, você pode até ver pinturas que retratam como ele era antigamente. Entre elas a famosa pintura “A Vucciria de Palermo” de Renato Guttuso. Tornou-se um símbolo da cidade e um emblema da arte contemporânea italiana.

Localizado no bairro de Castellammare, esse mercado é bom para quem gosta de comprar pescados. Além de ser um mercado diurno, ele também ganha vida à noite, pois os bares e restaurantes ficam aberto até mais tarde, oferecendo um ambiente mais animado e festivo à noite.

Capo
O Capo é famoso por sua autenticidade e pela diversidade de produtos frescos, como peixes, frutas, verduras, queijos e especiarias típicas da culinária siciliana. Esse mercado é bem menor, com visitantes se aglomerando nas ruas estreitas, entre caos sonoro dos anúncios dos vendedores, mas o melhor em variedade de comida. Mais frequentado pelos locais, o Capo está rodeado de igrejas e alguns produtos são, inclusive, expostos na escadaria de uma delas. Aqui também dá para provar Pani Ca Meusa: um sanduíche recheada com baço e pulmão de vitela, cozinhada em banha de porco e servida num pão macio. Infelizmente nao provei, mas é uma iguaria para quem gosta de provar algo diferente e local. Está no caminho pra a Catedral de Palermo.

Perto de Palermo: Cefalù

Esta encantadora vila, localizada a apenas uma hora de trem de Palermo, foi o grande destaque da nossa viagem. Se eu voltar a Palermo, com certeza me hospedarei lá. Pequena e charmosa, Cefalù encanta com suas ruelas pitorescas repletas de lojas e restaurantes aconchegantes.

Se você não gosta de roteiros rígidos, a melhor dica é simplesmente passear sem pressa, absorvendo a atmosfera única da cidade. Mas, se assim como eu, você adora mergulhar na história e cultura dos lugares que visita, aqui estão algumas sugestões.

Estação de trem de Cefalù

Rocca di Cefalù

Imponente à distância, a colina Rocca domina a paisagem de Cefalù e torna o cenário ainda mais especial. Com 268 metros de altura, abriga as ruínas do antigo Templo de Diana e, à beira da falésia, os vestígios de um castelo do século XII, provavelmente de origem bizantina.

A Rocca também forneceu, ao longo dos séculos, a pedra sedimentar que compõe grande parte da cidade, desde os paralelepípedos das ruas até as fachadas das igrejas. Além do valor histórico, o topo da colina oferece uma vista espetacular de Cefalù.

A trilha para a Rocca começa na Igreja da Itria e exige um pouco de preparo físico: são cerca de 3,5 km de subida, então vá com calçado confortável e disposição.

📍 Ingresso: 5 euros (adultos).
🕒 Horários:

  • Verão (horário de verão): 8h00 às 19h00 (última entrada às 17h30).
  • Inverno: 8h00 às 17h00 (última entrada às 15h00).
A montanha Rocca ao fundo

Catedral de Cefalù

Caminhando sem rumo por Cefalù, mais cedo ou mais tarde, você acabará diante da impressionante Catedral, situada no alto de uma escadaria na Piazza Duomo.

A Basílica Cattedrale della Trasfigurazione é um dos monumentos medievais mais importantes da Sicília, construída no século XII durante o domínio normando. Curiosamente, sua intenção inicial era servir como mausoléu para o rei Rogério II, mas ele faleceu antes da conclusão da obra e foi sepultado em Palermo.

O grande destaque da Catedral são seus magníficos mosaicos, que fazem parte do itinerário Árabe-Normando na Sicília, reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO desde 2015, assim como a Catedral de Monreale, a Capela Palatina e a Igreja da Martorana (que citei acima).

📍 Entrada gratuita para visitação geral.
Se quiser explorar mais a fundo, há três opções de itinerário pagos:
🔴 Itinerário vermelho (10 euros) → Torres, teto, mosaico, sacristia, museu do tesouro, capela bispal e claustro.
🔵 Itinerário azul (7 euros) → Torres, teto e mosaico.
🟢 Itinerário verde (6 euros) → Sacristia, museu do tesouro, capela bispal e claustro.

Porta Pescara (Porta Marina)

Para uma foto digna de cartão-postal, vá até a Porta Pescara, um arco de pedra que emoldura perfeitamente o porto da cidade. O pôr do sol visto dali é espetacular, então teste diferentes ângulos para capturar a imagem perfeita.

Se quiser evitar as multidões, vá logo cedo, quando o ambiente ainda está tranquilo.

Corso Ruggero

Esta é a principal rua do centro histórico, cortada por diversas ruelas repletas de lojas de artesanato, souvenirs e restaurantes. O Corso Ruggero leva até a Piazza Duomo, um ótimo ponto para  tomar um café, experimentar um crepe ou um dos bolos típicos da Sicilia, na Confeitaria que tem na esquina da praça.

Há também bares e restaurantes, que ficam mais movimentados no verão. No inverno as opções são mais limitadas, mas conseguimos um lugar no O DUOMO Cucina & Cantina, que estava aberto em dezembro e servia mais aperitivos.

A praia e o pôr do sol

A praia de Cefalù é um dos cartões-postais da cidade e, mesmo no inverno, sua beleza impressiona. O pôr do sol visto das rochas no lado direito da praia é simplesmente encantador.

Quando visitamos em dezembro, a praia estava tranquila, mas, segundo relatos, no verão ela fica lotada, especialmente aos domingos.

Gastronomia

A Sicília vai muito além da tradicional combinação de pizza e massa. É claro que esses pratos também estão no cardápio — afinal, estamos na Itália —, mas a gastronomia siciliana é extremamente rica e oferece muitas outras opções que merecem ser experimentadas. Em especial, os salgados, que em sua maioria são fritos, são o destaque.

Sempre gosto de provar a comida local, pois acredito que ela representa a essência cultural de um lugar. Infelizmente, não consegui experimentar tudo o que queria, mas gostaria de ter provado algumas opções mais exóticas, como o Pani ca meusa, um sanduíche feito com baço de boi (será que é bom?), e o Stigghiole, uma iguaria de tripa de cordeiro ou bode assada diretamente em uma chapa quente. Dessa vez, acabei não me aventurando tanto.

Por outro lado, quando se trata de sobremesas, posso dizer que experimentei a maioria delas! 😋 E é por elas que vou começar. Particularmente, achei os doces sicilianos extremamente açucarados, mas, ainda assim, muito saborosos — afinal, era só um pedacinho!

Cassata

A Cassata lembra um bolo de aniversário, porém mais fino e com uma camada de recheio. Ela é preparada com queijo ricota adoçado, pão de ló, pasta reale (uma massa siciliana de amêndoas) e muita fruta cristalizada. É um doce extremamente tradicional em Palermo, e pode ser encontrado em praticamente todas as confeitarias (pasticcerias). Como esperado, é bem doce, mas isso não me impediu de comer inteirinha… aliás, devo ter comido pelo menos três fatias durante minha estadia por lá!

Curiosidade: A origem da Pasta Reale – a pasta de amêndoas

Conta-se que, no verão de 1537, durante a visita do Imperador espanhol Carlos V a Palermo, as monjas do convento beneditino quiseram impressioná-lo. Como as laranjeiras do convento estavam sem frutos, elas criaram laranjas falsas, feitas com pasta reale (uma mistura de açúcar, água e amêndoas), para enfeitar os pomares. Assim teria surgido a famosa frutta martorana, nome dado em homenagem ao Convento de Santa Maria dell’Ammiraglio, também conhecido como Martorana.

Hoje, em toda a Sicília, é possível encontrar essas frutinhas coloridas, feitas de marzipã, que parecem perfeitamente reais.

Torta Setteveli

A Torta Setteveli é um verdadeiro paraíso para os chocólatras! Como o próprio nome sugere (setteveli significa “sete véus” em italiano), ela tem sete camadas deliciosas que se alternam entre uma base crocante de cereais, bolo de chocolate, creme de avelã, mousse de chocolate amargo e uma cobertura de chocolate brilhante.

Curiosamente, essa torta não foi criada na Sicília, mas sim por três confeiteiros italianos: Luigi Biasetto (Pádua), Cristian Beduschi (Belluno) e Gianluca Mannori (Prato). Eles formaram a equipe italiana que levou o prêmio máximo na Copa do Mundo de Confeitaria em Lyon, na França, em 1997. Com o sucesso, os chefs registraram a marca da torta e mantêm sua receita original em segredo.

Mas há quem diga que a Torta Setteveli já era vendida em Palermo desde os anos 70, na famosa Pasticceria Cappello. Independente da verdadeira origem, fato é que esse bolo conquistou seu espaço na Sicília e segue sendo famoso por toda a ilha.

A torta Setteveli bem à direita

Cannolo

Se você quiser pedir um cannolo, diga cannolo. Se quiser dois, diga cannoli. Parece simples, mas se você pedir “un cannoli, per favore”, o garçom provavelmente vai ficar confuso e perguntar: un cannolo o due cannoli? 😂

Agora, gramática à parte, vamos ao que interessa: o cannolo é, sem dúvida, o doce mais famoso da Sicília! Ele tem uma casquinha crocante que lembra massa de pastel, mas um pouco mais doce, e é recheado com um creme divino de ricota de ovelha.

O curioso é que, dependendo da região da Sicília, o cannolo pode ter algumas variações:

  • Em Trapani, a ricota usada no recheio é bem menos trabalhada e tem um sabor mais suave.
  • Em Ragusa, em vez de ricota de ovelha, usam a de vaca, que é mais leve e menos calórica.
  • Em Catânia, os cannoli vêm com as pontas cobertas de pistache moído.
  • Em Taormina, misturam a ricota com cacau e ainda adicionam avelãs picadas na decoração.

No geral, acho o cannolo uma sobremesa equilibrada, porque a casca crocante e pouco doce contrasta perfeitamente com o creme açucarado do recheio.

Seja qual for a versão, uma coisa é certa: cannolo na Sicília é obrigatório! 😋

O cannolo em destaque e alguém esperando para comê-lo!

Gelato com Brioche

Essa delícia nada mais é do que um pão brioche recheado com sorvete. Em vez da tradicional casquinha, o brioche entra em cena e transforma o jeito de comer sorvete, criando uma combinação bem diferente e saborosa: um sanduíche de sorvete.

A experiência é ótima, mas vale um aviso: o brioche costuma ser grande, então pode ser um pouco difícil comer tudo de uma vez. Se você não tem o hábito de comer muito, melhor pedir só uma bola de sorvete! Eu experimentei no meio da tarde, como sobremesa, mas tem gente que pede até no café da manhã — e, pensando bem, faz sentido, já que o brioche combina super bem com essa ideia.

Essa iguaria é bem popular em Palermo, e você vai encontrá-la facilmente em praticamente todas as sorveterias da cidade. Vale a pena provar! 😋

Gelato com brioche

Agora vamos à comida salgada que eu provei e gostei!

A culinária siciliana é fortemente influenciada por diversas culturas que passaram pela ilha ao longo dos séculos. Um exemplo marcante é a influência árabe, que introduziu o açúcar, as especiarias, as amêndoas e as frutas cristalizadas nas receitas locais. Esse toque agridoce pode ser percebido em pratos como a Pasta alla Norma, que, além de muito saborosa, reflete essa fusão cultural.

Por estar cercada pelo mar, a Sicília tem uma gastronomia rica em frutos do mar. Pratos de massa servidos com peixe são extremamente comuns, formando uma excelente combinação para os amantes de frutos do mar.

A culinária siciliana também faz amplo uso da berinjela e do tomate, ingredientes presentes em vários pratos tradicionais, como a já citada Pasta alla Norma e a caponata. Os temperos típicos conferem um sabor especial às receitas, incluindo orégano, manjericão, açafrão, alecrim, pimenta-do-reino e canela.

Quando se trata de massas, a maioria das produzidas em Palermo é feita com farinha de sêmola (trigo duro), o que lhes confere uma textura mais firme mesmo após o cozimento. É perceptível que a massa siciliana é mais resistente ao dente do que a que costumamos consumir. Se você quiser levar um produto típico para casa, vale a pena apostar em massas secas como busiate, farfalle e bucatini. Já as massas frescas à base de ovo são mais difíceis de encontrar na cidade.

Pasta alla Norma

A Pasta alla Norma é tradicionalmente feita com penne, molho de tomate, berinjela frita em pedaços e manjericão fresco para finalizar. Seu sabor é levemente adocicado, e tive a impressão de que continha um toque de canela – o que, na verdade, não faz parte da receita original. Simples em seus ingredientes, é um prato extremamente saboroso.

Essa receita é um prato típico de Catânia, conhecido desde o século XIX. Seu nome tem origem na expressão do dramaturgo Nino Martoglio, que, ao experimentar a pasta, exclamou: “É uma verdadeira Norma!”, em referência à ópera Norma, de Vincenzo Bellini. Outra versão da história sugere que um chef siciliano criou o prato para homenagear o sucesso da obra do compositor lírico, que nasceu em Catânia, o Vincenzo Bellini.

Caponata

A caponata é um dos pratos sicilianos mais conhecidos no mundo e pode ser servida como entrada, acompanhamento ou salada. No Brasil, é comum encontrá-la acompanhada de torradas, sendo um ótimo aperitivo antes das refeições. Além de deliciosa, a caponata é uma opção saudável e pode ser encontrada em praticamente todos os restaurantes sicilianos.

A receita tradicional leva berinjela, tomate, cebola, aipo, azeitonas e alcaparras, tudo envolvido em um molho agridoce de açúcar e vinagre, que dá o toque especial ao prato. Pode ser consumida quente, fria ou morna, dependendo da preferência.

 

Panelle e Crocché

O panelle é um dos petiscos mais típicos de Palermo, facilmente encontrado nos quiosques de rua. Trata-se de um quadrado fino feito de farinha de grão de bico, geralmente frito até ficar crocante. Seu sabor é bastante peculiar e, à primeira prova, pode parecer sem graça. Talvez seja necessário experimentar algumas vezes para apreciá-lo melhor.

Normalmente, o panelle é servido com batatas fritas e crocché. O crocchè é um croquete de batata bem saboroso, ou seja, um creme de batatas com ovos e queijo, empanado e frito.

O Panelle bem encima, se camuflando nas batatas e o Crocchè bem por baixo. A foto poderia estar melhor, mas foi a única que tirei.

Arancino

O arancino lembra visualmente uma coxinha, mas seu sabor é completamente diferente. Ele é feito de sobras de risoto, recheado tradicionalmente com ragù (molho de carne moída), podendo também conter queijo, tomate ou cogumelos.

Na primeira vez que experimentei, não gostei muito do sabor, mas, depois de provar em diferentes lugares da Itália, aprendi a apreciar essa iguaria, que é um dos salgados mais famosos do país.

O arancino tem raízes na culinária árabe, já que os árabes costumavam consumir arroz com açafrão, ervas e carne. A parte empanada foi introduzida na corte de Frederico II, para permitir que o alimento fosse melhor conservado e pudesse ser levado em viagens de caça ou trabalho no campo.

 

Pasticcerias e Restaurantes

I Segreti del Chiostro

Fomos conhecer os doces desta renomada e tradicional confeitaria em Palermo, que mantém viva a tradição da confeitaria conventual. Suas receitas foram originalmente criadas e preservadas por freiras, sendo passadas de geração em geração como um segredo bem guardado.

A spezieria ou dolceria do Mosteiro de Santa Caterina era o local onde se produziam verdadeiras delícias, como bolos de ricota, biscoitos de amêndoa, pasticciotti recheados, bolinhos fritos e conservas. Até hoje, a pasticceria funciona dentro do mosteiro, e a venda dos doces era realizada na “roda do salão”, representando uma importante fonte de renda para sua sobrevivência. Atualmente, os doces continuam a ser preparados com ingredientes locais e muito cuidado – prova disso são as longas filas que se formam para experimentá-los!

O grande diferencial desse lugar é o valor histórico e cultural, pois fica dentro de um mosteiro e os cannoli, que são recheados na hora.

Algumas pessoas comentam que os bolos e tortas dessa confeitaria são mais doces do que os de outras confeitarias da cidade. No entanto, particularmente, não percebi uma grande diferença em relação a outros locais que visitamos, como a Pasticceria Costa, por exemplo.

Além de saborear os doces, os visitantes podem explorar a Igreja de Santa Caterina d’Alessandria d’Egitto, o museu dos claustros e até subir ao terraço para desfrutar de uma vista panorâmica da cidade, do mar e do porto.

Pasticceria Costa

Outro local altamente recomendado para provar doces sicilianos é a Pasticceria Costa, frequentemente mencionada nos guias turísticos. Quando fomos, no meio da tarde, a confeitaria estava lotada – mal conseguimos entrar, e encontrar um lugar para sentar foi impossível.

Optamos por experimentar cassata, torta setteveli e cannolo. Como não havia espaço para sentar, tivemos que comer em pé. Se estiver passeando pela Rua Maqueda, vale a pena comprar alguns doces por lá, mas é bom estar ciente de que o local pode ser bastante movimentado, o que pode atrapalhar uma experiência mais tranquila de degustação. Imagino que existam outros locais menos concorridos com a mesma qualidade, onde seja possível apreciar os doces com mais calma.

A’Cala Restaurant & Wine Bar

Esse restaurante encontrei pelo Google Maps, mas não tinha visto nenhum comentário antes de ir. Simplesmente escolhemos porque a localização era ótima – ficava perto do Foro Italico e do porto, bem conveniente para onde estávamos.

O lugar tem um ambiente agradável, com mesas ao ar livre, perfeitas para um dia ensolarado e uma vista linda da marina. Dentro, a decoração com flores dá um toque aconchegante, e toda a parede de vidro deixa o ambiente ainda mais bonito.

O atendimento foi bom, e a comida chegou bem rápido. Também é um ótimo lugar para sentar, relaxar, curtir a vista e pedir um drink.

A comida é uma fusão de culinária italiana e mediterrânea, com pratos bem servidos e muito saborosos. A massa, de modo geral, é bem al dente, quase no ponto de parecer que faltou um tempinho no cozimento – mas isso acontece porque é feita com trigo de grão duro, o que dá uma textura mais firme.

Pedimos o tonnarelli cacio e pepe com camarão, foi aprovado!  Também experimentamos o risoto de frutos do mar, que veio super bem servido. Os pratos com frutos do mar estavam na faixa dos 20 euros (preços de dezembro de 2024), enquanto opções sem peixe, como o carbonara, custavam por volta de 13 euros.

Ah, e foi lá que provamos a cerveja local Messina – bem suave! Dessa vez, abrimos mão do vinho italiano, mas valeu a experiência. 🍻😄

 

Primi Piati Restaurante

Esse restaurante foi um achado incrível! Já estávamos na região da Rua Maqueda, quase desistindo de comer, porque todos os restaurantes estavam lotados e nenhum tinha realmente chamado nossa atenção.

Depois de andar um pouco mais, passamos pelo Quattro Canti e seguimos por uma rua pouco iluminada (a Vicolo S. Giuseppe d’Arimatea), que cruza a Vittorio Emanuele. Foi ali que encontramos esse restaurante italiano tradicional, com comida deliciosa e preços bem mais acessíveis do que outros lugares que visitamos.

O cardápio tem várias opções de massas, como Spaghetti alla Carbonara, Spaghetti alla Siciliana (com abobrinha) e Tortellini Emiliani (com bacon e cogumelos). As massas sem carne ou peixe custavam por volta de 10 euros o prato – ótimo custo-benefício! Além das massas, o restaurante também serve pratos com carne, peixe e pizzas.

Definitivamente, valeu a pena!

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